A Aldeia do Boco, a partir do último fim-se-semana, passou a integrar a Rede Nacional de Aldeias de Portugal. O diploma foi entregue no domingo passado, num ato cerimonial, seguido de almoço convívio na Quinta das Azenhas do Boco, organizado pela Comissão de Festas do Boco, em honra de Santo Inácio.
Entre os habitantes da aldeia, os verdadeiros protagonistas do trabalho realizado em torno desta candidatura estiveram também reunidos todos os intervenientes que ajudaram na formalização da candidatura. Para entregar o diploma estiveram no evento Maria da Saúde, em representação da ATA - Associação do Turismo de Aldeia e Carmo Ambrósio do Grupo de Ação Local Aveiro Sul. Também o presidente da Junta de Freguesia de Soza, Nélson Cheganças, o presidente da Câmara Municipal de Vagos, Silvério Regalado, a vereadora do pelouro do turismo Sara Caladé e o representante da comunidade local e proprietário de uma das azenhas ainda em funcionamento (Azenha da Ti Luísa), Alfredo Neves se juntaram para receber o título.
Para Carla Ambrósio, representante do Grupo de Ação Local, “este é o primeiro dia da continuidade deste trabalho que temos de fazer todos, em conjunto. Este certificado é para esta aldeia, e para todas as pessoas. O desafio começa hoje!”. Maria da Saúde, representante da Associação Aldeias de Portugal concordou, sem deixar de realçar a importância da Aldeia do Boco ser agora considerada uma Aldeia de Portugal: “Esta rede é essencialmente para que se consiga de alguma maneira manter vivo e promover o que é a qualidade de vida das aldeias (…) que ofereça experiências de ruralidade, que mantenha a aldeia unida em torno das dinâmicas locais, recebendo visitantes que possam usufruir das suas tradições, visitem os moinhos, provem a deliciosa broa mimosa”. A mesma entregou o diploma e o símbolo das Aldeias de Portugal, uma andorinha azul, feita em porcelana.
Uma vez conseguido o título, o percurso até então percorrido continua nomeadamente nas levadas, com as caminhadas e o trabalho que está a ser feito em conjunto com as confrarias e os moleiros da freguesia. “São atividades para continuar, e brevemente, pretendemos convidar algumas empresas de turismo para lhes apresentarmos as atividades que se podem fazer”, sublinha Nélson Cheganças.
Vivendas devolutas podem vir a ser Alojamentos Locais
Esta foi também uma questão que Nélson Cheganças frisou. As procuras pelas atividades na Aldeia do Boco mostram que há viabilidade e por um lado, necessidade em recuperar casas que estão devolutas ou inabitadas e torná-las alojamento local. "Há muita procura, mas as pessoas querem vir e ficar! Temos dois proprietários que já se disponibilizaram para fazer a renovação das casas antigas, senhoriais. Assim, estamos a dar azo a que as pessoas invistam, mas que tenham algum retorno também" adianta o presidente.
Registo da Broa Mimosa como Produto Tradicional Português
Foi ainda anunciado pela Confrade-mor Fátima Rito, da Confraria dos Sabores da Abóbora que a Broa Mimosa foi registada como Produto Tradicional Português no site da Direção Regional e Desenvolvimento Rural. Hoje em dia é confecionada uma vez por mês na Seda da Confraria para manter vida a tradição.