No dia 8 de junho, numa sessão especialmente dedicada a familiares e amigos, o jovem vaguense Miguel Gonçalves apresentou o seu livro de estreia, “Sangue Derramado”, uma coletânea de poemas escritos entre 2015 e 2017 e editada, sob o pseudónimo Duarte Filho da Mãe, pela Cordel de Prata.
“Por favor, cuidado com o caminho em frente”, alerta Miguel na primeira página de “Sangue Derramado”, avisando o leitor para a crueza das palavras que se seguem e a angústia que as mesmas carregam. Depois de ter sonhado fazer carreira militar, o autor chegou a fazer parte da Escola de Tropas Paraquedistas de Tancos, mas a experiência no Exército acabou por revelar-se traumática. Em certa medida, esta obra é inspirada nessas vivências. Não estranhe, por isso, o leitor que, ao percorrer estes poemas, der por si num sufoco de inquietação. É provável que ponha em causa a humanidade dos atos retratados, que questione ‘terei eu estômago para mais um soco em forma de verso?’ e que, na fadiga da impotência, dê por si a desejar que as páginas restantes tragam um laivo de esperança.
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