Há vidas que parecem bordadas pelo acaso, mas, quando vistas de perto, revelam-se tecidos de força, resiliência e engenho. A de Manuel Vinhas é uma dessas. Nascido numa terra de gente sem terra, tornou-se um homem de raízes firmes, cultivadas no esforço e na determinação de quem nunca aceitou um destino imposto. Entre as memórias da infância marcada pelo trabalho, a descoberta do mundo para lá do Atlântico e o regresso forçado pelo chamamento da família, a sua história cruza-se com a de Ponte de Vagos, uma freguesia que mudou tanto quanto ele ao longo de quase um século. O destino, esse fio invisível que tece cada vida, chamou-o muitas vezes. E Manuel Vinhas, com a lucidez dos que sabem escutar, sempre lhe obedeceu.
Oficialmente, os documentos atestam que veio ao mundo a 17 de novembro de 1933, mas Manuel dos Santos Neto Novo, mais conhecido por Manuel Vinhas, sempre acreditou mais na versão da mãe, que jurava que o filho nascera a 10 daquele mês, do que nas frias anotações do registo.
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