Camião seguiu para a Polónia

Calvão e Seixo juntos na ajuda humanitária

Ucrânia
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A ajuda humanitária que a Ucrânia tem recebido nos últimos dias nasce em todos os cantos da Europa. Até dos locais mais recônditos do continente, em concelhos à beira-mar plantados e que distam cerca de 3 mil e 500 quilómetros de cidades como Lviv ou quase 4 mil da capital ucraniana, Kiev. 


Mas isso não impede que, ao longe, ucranianos e portugueses unam as mãos no sentido de prestar o maior apoio possível a um país que tem sofrido com a guerra. “Eu trabalho na empresa Dias & Filhos de Montemor-o-Velho e o meu patrão fez uma publicação na página dele para recolha de material para enviar para a Ucrânia”, elucidou Myroslav Kostiv, residente em Seixo de Mira. Na tentativa de fazer a sua parte, Myroslav partilhou o pedido com muitos dos contactos que tem e foi assim que se associaram várias entidades como o Grupo Desportivo de Calvão. “Juntámos comida, roupas, fraldas, produtos de higiene, medicamentos”, contou antes de anunciar que o destino final desta carga será uma base militar na Polónia. “Não vamos até à fronteira, não é assim que se faz. Vocês podem procurar, há imensas empresas de transporte de cargas em Portugal a fazer o mesmo”. Um trajeto habitual para a empresa, que costuma fazer entregas na Polónia, mas que se reveste de diferenças pela carga solidária que é transportada e que demorará entre 3 a 4 dias (à hora de saída desta edição, já deverá ter sido entregue). “De lá é que vai para a Ucrânia, para Lviv, porque é nessa cidade que está a ajuda humanitária. É uma cidade que está mais perto da Polónia, mais calma”. A’O Ponto, Myroslav garantiu que a oferta foi tão grande que um camião não é suficiente para enviar todo o material recolhido. Agora, falta encontrar soluções e financiamento para que um segundo camião seja enviado.


Famílias estão seguras

Março de 2022 marca o vigésimo aniversário da chegada de Myroslav Kostiv e de Viktoriya Senych a Portugal. O objetivo passava apenas por trabalhar para juntar algum dinheiro e organizar uma festa de casamento no país de origem mas os anos foram passando e, nas voltas da vida, nasceram Viktor e Diana - com 13 e 9 anos, respetivamente. Ao nosso jornal, Myro garante que as famílias estão bem e que os barulhos da guerra pouco se fizeram sentir para os lados de Ivano-Frankivsk, cidade de onde ambos são. “Nesta zona, para já, não há casos de guerra mas também ninguém acredita que eles cheguem tão longe. Houve apenas uns mísseis que mandaram para o aeroporto de cargas que existe ali mas nada mais”, continuou antes de acrescentar que uma das sobrinhas tem tomado conta de vários órfãos que tiveram de abandonar o orfanato onde estavam para procurar locais mais seguros.

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