Terminou a edição de 2021 do Campeonato Nacional de Carrinhos de Rolamentos. Edição atípica e com menos provas, devido à pandemia, onde Mário Frade (Tradicional) e Hélder Cantadeiro (Classe A) se sagraram vice-campeões das respetivas categorias. O Ponto falou com os dois vaguenses para fazer um balanço do ano e preparar já o próximo.
Dois vice-campeões… que balanço fazem do ano?
MF – Foi um ano diferente, um ano atípico porque ainda estamos em pandemia. As provas que fizemos foram as possíveis… normalmente, um campeonato tem entre 21 ou 22 provas e este ano fizemos 15. Não é pouco mas também não é muito. Foi o possível porque isto requer licenças e ninguém está a aceder a elas por causa da Covid
E em relação aos objetivos?
MF – Inicialmente, não esperava ser vice-campeão porque ao mudei de categoria e o meu carro é o único que não tem as características da categoria em que estou. Já sabia que ia ser um ano difícil porque é a categoria que tem mais e os melhores pilotos. Estava à espera de um 3.º ou 4.º lugar da Geral e não foi assim… fiquei em segundo lugar da Geral na categoria Tradicional.
Juntamente com a vitória no circuito das Aldeias do Xisto.
MF – Esse era o meu objetivo porque inicialmente não tínhamos a noção de quantos provas íamos ter, então queria apostar neste circuito. E assim foi.
É o Hélder Cantadeiro? Ano de estreia…
HC – Sim. No ano passado eu já tinha experimentado participar numa ou noutra prova mas não com este carro. Comecei, na altura, quando foi o evento aqui dos Bombeiros de Vagos e fui apanhando o gosto. Fiz e melhorei o carro que tinha e acabei por entrar para a competição. Sabia que não era fácil porque para além de ser o primeiro ano, não fui a todas as provas. Mas foi um orgulho porque ninguém estava a contar e ganhei logo a primeira prova… só foi pena não conseguir fazer as provas todas porque o meu trabalho não permite. Consegui fazer pelo menos 10 provas e venci três para além de sete segundos lugares. Mas pronto, vice-campeão para um primeiro ano não foi muito mau. Temos ainda o nosso colega Angelino Malta que nos acompanhou em algumas corridas e ficou em 5.º lugar.
Como é que construiu o carro?
HC – Nas duas ou três vezes que fui às competições, no ano passado, já ia vendo os carros dos outros pilotos. E fui tirando ideias de um e de outro… o carro do Mário foi uma ideia inspiradora porque foi um estilo que segui. Travão e outras coisas já tirei de outros carros.
Começou na brincadeira mas agora é sempre para competir a sério.
HC – Quando estamos para competir é para competir. E é como o Mário diz, ninguém gosta de perder. Portanto, tentemos a nossa sorte.
MF – Vamos todos com a faca na boca para ganhar.
HC – É uma adrenalina intensa mas quando começamos a descer ‘é para esquecer’. É dar o máximo que o carro dá – que pode passar os 80 km/h. Só é preciso kit de unhas para controlar o carro. E é muito bom ter um professor (Mário Frade) sempre a dar-me dicas.
E já começaram a pensar no próximo ano?
MF – [O campeonato] já está na forja. Em princípio será um campeonato com 21 provas com algumas delas a Norte, outras no Centro e ainda vamos ao Sul onde Algarve está incluído.
Algarve… fica puxado.
MF – Fica. Terá de ser uma viagem partilhada como uma em que já fui, a Portimão, onde fiquei em primeiro lugar.
E ao nível de objetivos?
MF – No próximo ano já tive aqui um desafio por parte do Hélder para voltar para a Classe A…
HC – … para competirmos todos juntos.
E vai aceitar?
MF – Estou a ponderar. Provavelmente até vou aceitar porque ele fez-me o desafio. Vamos os dois ‘com a faca na boca’, para ganhar. Ele vai correr contra mim e eu vou correr contra ele. Vai ser complicado porque ele sabe o que eu ando e eu sei o que ele anda. Mas vai ser um bom campeonato.
HC – Amizade é amizade, campeonato é campeonato.
E qual é o objetivo do Helder para o próximo ano?
HC – Vou indo e vendo… vamos andar os dois a lutar por lugares de pódio. Se o Mário vier mesmo para esta categoria, ele vai ser campeão porque é impossível alcança-lo [risos]. Vou tentar ir ao pódio e depois é conforme for.
MF – A meu ver, se ele for campeão, não vou ficar triste. Vou é ficar muito orgulhoso. Se esta malta um dia for campeã, tem de agradecer aqui ao velhote pelas dicas [risos].
No próximo ano já com a companhia do terceiro vaguense?
HC – Sim. O Angelino anda a trabalhar fora mas vamos tentar puxa-lo para ter três vaguenses a lutar pelo pódio.
Bombeiros podem voltar a “rolar”
Aproveitando o momento para conversas com o principal impulsionador da corrida solidária de carrinhos de rolamentos que teve lugar em Vagos, em 2019, O Ponto questionou se havia possibilidade de ter uma segunda edição já no próximo ano. Mário Frade relevou que “há abertura para isso”. “Eu queria que uma prova do campeonato nacional viesse a Vagos mas não está a ser fácil. Se não vier, os rolamentos solidários dos bombeiros terá segunda edição que está dependente do calendário nacional”, explicou antes de afirmar que a pandemia também poderá comprometer a realização da mesma.