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“Um jornal evolui, adapta-se às novas realidades mas nunca poderá abandonar o seu propósito - Informar sempre com rigor na defesa do bem comum e não cair na tentação atual do imediatismo, tratando a informação como produto descartável, até porque o que se escreve fica eternizado. Sendo um verdadeiro exercício de liberdade e manifestação de cidadania, um órgão de comunicação regional deve assumir a sua responsabilidade de escrutínio na mesma medida que promove e dá palco às boas iniciativas locais e regionais. Por outro lado, a imprensa regional assume redobrada importância quando sabemos que as tv’s e os órgãos nacionais só conhecem a rua, o beco e o senhor que vive no monte, quando os fogos por ali rondam ou a desgraça lhes bate à porta. Há vida para além da desgraça. N’O Ponto procuraremos continuar a dar cobertura aos temas que, não gerando o clickbait, asseguram que ninguém fica para trás. Que a história esquecida e os feitos do senhor que vive no monte serão eternizados. Estar ao lado da sociedade é também acompanhar, escrutinar e promover o sucesso do setor empresarial, em que a região de Aveiro é pródiga. Para muitos, um exemplo a nível nacional. Continuar a realizar as Galas, neste pós pandemia que nos as obrigou a suspender, para que o mérito não seja esquecido. Estar ao lado da sociedade é também garantir a pluralidade a vários níveis: as minorias não poderão ficar de fora nem se sobrepor às maiorias. O espaço comum deve ser garantido. Na política todos continuarão a ter espaço para as suas ideias no respeito pelos projetos e opiniões dos outros. Preocupa-nos mais o futuro geracional. Os jovens que não lêem e a assunção de que o que o meu telemóvel me diz é a realidade. Sem perceberem que o algoritmo lhes dá apenas aquilo que eles já queriam ver. E é desde pequenos que os devemos acompanhar. Cada vez mais a escola assume a sua responsabilidade na formação das crianças e jovens que vai além da formação académica. Numa altura em que uma história dita por um qualquer influencer se torna numa verdade absoluta, o nosso dever é combater, esclarecendo. E o jornal O Ponto está disponível para chegar perto e partilhar à sua medida e nas suas capacidades, o quão importante é saber separar e selecionar o que nos é útil. As notícias.

Não há notícias falsas. Se são falsas não são notícias, são apenas boatos ou mentiras. Um leitor assíduo-o e preocupado, partilhou comigo uma analogia simples mas elucidativa. As notícias falsas são como as ervas daninhas. Tentam destruir as plantações e ganham terreno em campos abandonados. Por isso a imprensa não pode ceder entregando a terra às ervas daninhas. Imaginam-se a viver sem alimentos? O Ponto continuará a fazer o seu caminho num combate, tantas vezes desigual, às ervas daninhas. Porque é nosso dever. Porque é o dever da sociedade. Porque é possível. Tudo isto é possível. Com a envolvência de todos, tudo isto é possível.


Emídio Francisco

Diretor do jornal O Ponto

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