Na última década, o principal campeonato do distrital de Aveiro tem vindo, não só a subir de preponderância, como de qualidade. A aposta na criação de um portal, a afatv.pt, no qual os jogos são colocados, para além dos espaços dedicados aos golos e às entrevistas dos treinadores/jogadores, foi fundamental neste crescimento, com os clubes a terem sempre espaço para “analistas” nas suas equipas técnicas assim como, e sobretudo, os empresários a terem interesse em colocar jogadores a competir, devido ao impacto que a prova tem tido nos observadores de ligas superiores.
Não se estranha, por isso, que todos os anos atletas do campeonato de Elite consigam dar o “salto” para patamares profissionais, principalmente a partir de clubes que servem de rampa de lançamento a talento estrangeiro. Foi assim em 2022/2023 com Geremie Dougnon, do Canedo, ou Lucas Lima – do Espinho – que reforçaram esta época o Oliveira do Hospital, da Liga 3.
Com a subida da Florgrade na época passada – um clube-empresa – depois de uma fase final quase incólume, e com a vantagem de não ter descido do Campeonato de Portugal nenhuma equipa, o lançamento para 2023/2024 tem logo um grande favorito, o União de Lamas, que manteve grande parte da estrutura e reforçou-se de forma cirúrgica, saindo por isso, da pole-position no que se refere aos candidatos.
No entanto, a equipa liderada – novamente – por Fábio Pais, não pode facilitar, porque as movimentações foram muitas, e várias são as equipas que se perfilam para lutar pela subida de divisão, nomeadamente, estou em crer, o Recreio de Águeda, a Ovarense e o Pampilhosa. Sem esquecer o muito reforçado Paços de Brandão, o Espinho, o Estarreja, o Fiães e, também, o Alba,
Juveforce na Elite
Este ano, Vagos tem uma equipa a competir na divisão de Elite. E que equipa. A Juveforce culmina o crescimento e o projeto desportivo iniciado há uns anos com a subida à principal divisão aveirense. E, vendo a aposta que fazem, não chegaram para fazer número. Chegaram, acredito, para somar e começar a fazer a diferença.
Apesar da saída de Bruno Silva, o treinador que os subiu, nunca se viu qualquer sinal de alarme na formação de Ponte de Vagos. Muito pelo contrário. O rumo está definido, o projeto não altera, e o timoneiro é escolhido com critério. O escolhido foi Gonçalo Cruz, que a época passada treinou o Ançã, do distrital de Coimbra, e que responde, na perfeição, ao perfil idealizado pela estrutura liderada por Diogo Pires. As contratações foram de qualidade, destacando-se a de Ricardo Almeida, Leandro Vieira e Mário Henrique.
Santo André e Calvão de Primeira
Na Primeira divisão estreia-se o Santo André. Sob o comando técnico de Sérgio Pereira a formação vaguense subiu logo no primeiro ano, num projeto de dinâmica diferente, com a aposta clara em jovens jogadores formados em clubes de qualidade da região. Para esta época, foi acrescentado algum talento, as arestas limadas, e acredito que pese embora a divisão esteja mais forte, que o Santo André irá alcançar a manutenção, objetivo que, creio, será o mais adequado. Já o Calvão vai apostar na prata da casa e na contratação de jovens talentos. Será um ano difícil, onde a formação agora liderada por José Guilherme vai ter de fazer das “tripas coração” para conseguir permanecer.
Sosense e Vaguense na Segunda
O Vaguense realizou uma época tranquila em 2022/2023, sempre com o mesmo paradigma desportivo, aproveitando a formação e os jovens da casa. Para esta época, nada deverá alterar-se de forma substancial. O treinador manteve-se, a competição é a mesma, mas os jogadores já têm todos mais um ano. Numa prova em que ninguém desce, tudo dependerá da motivação do plantel. Já o Sosense só pode melhorar, uma vez que na época passada, a primeira de Sérgio Ribeiro no comando técnico, a formação de Sosa quedou-se pelo último lugar. Mas este ano, tudo promete ser diferente. O grupo de trabalho foi feito com mais tempo, com assertividade, aproveitando com critério todas as oportunidades – como a “saída de cena” do Bonsucesso e a mudança de projeto do Gafanha.
José Alexandre Silva
Colaborador
