Todos sabemos que o Pai Natal é autônomo sempre tenta não se esquecer de ninguém. Mas também sabemos que ele nos observa e se temos comportamentos desadequados pode castigar-nos ignorando os nossos pedidos. Quando nos portamos mal, olhamos para cima e pedimos desculpa.
Ele valoriza e gratifica os nossos comportamentos de defesa e respeito pelo outro, onde ninguém pode valer mais.
Afinal só recebe a atenção dele quem faz por a merecer, acreditamos no seu poder e não tinha nada a ver com a prenda. Era e é um dos nossos juízes morais!
Recordam-se os leitores do tempo em que o desejo de Passos Coelho ao Pai Natal era ter Paulo Portas no “sapatinho”!
E agora? Onde está o Pai Natal? Como vai ser a sua entrega de desejos ?
Num povo que não tem esperança no SNS (exceto os brasileiros amigos do Dr Nuno), nas escolas, nos representantes do governo, nos políticos, nas propostas políticas e até em nós. Onde está o Pai Natal?
Já ninguém acredita em nada, o mundo está desconfiado.
A mentira, a influência , a cunha ou jeitinho, é normalidade? A verdade está mudando? Deixamos de saber comunicar, ouvir e deixamos de explicar as coisas como nas cartas ao Pai Natal. Confiando…
A má informação/comunicação gera confusão, sem congruência, “mandam/exigem” o que não fazem. Faz o que te digo e não faças o que eu faço:
A informação à nossa volta está muito confusa, influenciada pelos “peritos da rua/sofá” (pessoas não especialistas no tema) lado a lado com especialistas informando contraditoriamente. Há peritos por todo o lado, alguns bem pagos, mas a diferença entre os peritos atuais com os dos de antigamente é que os atuais têm muitas certezas. Colocando ainda mais dúvidas nas nossas cabeças. Tanto ruído…
Na dúvida e na confusão mental, emerge o medo que bloqueia a ação necessária à nossa sobrevivência. A ação de ir ao médico,de família que grande parte não tem ou o medo de ter uma urgência fechada, que devo fazer Pai Nata?.
São todas ações coletivas e muito importantes. Votar também é!
Quando se perde o coletivo, emerge o individual, surgindo funcionamentos mais egoístas e populistas. Cada um por si. O Pai Natal já não vai a todas as casas?
EU e EU perante tudo o que nos rodeia o Eu fica fora do coleti-vo/grupo/sociedade. O EU emerge e nega o Pai Natal: “Os outros não importam, ninguém vê ninguém”, reina a impunidade.
Quero, posso e mando! Comandado por um EU sem fé:
Não temos governo.... por um parágrafo!
Não pedi nada a ninguém , foi um e-mail do Dr Nuno, que é meu filho e com quem raramente falo!
Estas pessoas são um reflexo desta sociedade cheia do “Eu sou impune, que se lixe os outros!” Não querem um Pai Natal que pense em todos, mas alguns de nós genuinamente acha que, na verdade, o Pai Natal está a respirar muito mal e com as urgências fechadas e a greve dos médicos, está doente, mas não morreu!
As políticas defendidas e os deputados/as que serão eleitos/as para a Assembleia da República, têm OBRIGATORIAMENTE de salvar o Pai Natal.
Temos de voltar a acreditar no outro, temos de voltar a confiar no que ouvimos e vê-lo a ser defendido por quem o diz. Os orçamentos têm de ser congruentes, para nos salvar a todos do grande risco que é “cada um por si”, porque num mundo onde perdemos o respeito pelo outro, a liberdade e os direitos de muitos perdem-se. É OBRIGATÓRIO ter um governo que faça tudo por um mundo social mais equilibrado e que responda a todos! Se o Pai Natal está doente! Vamos salvá-lo com um melhor Serviço Nacional de Saúde!
Bom Natal para todos e todas. “Somos todos iguais e com os mesmos direitos” dirá o Pai Natal, quando puder voltar a falar.
Voltarei e peçam ao Pai Natal o melhor desejo para o futuro. Votem!
Pires Plácido