Em outubro de 2004, “orgulhei-me” muito de ter iniciado o processo de criação de uma “associação sem fins lucrativos” para proteger os animais que eram abandonados quase diariamente por humanos covardes que maltratam os animais, com consciência e que tratam o animal como um brinquedo a descartar. Ainda antes da sua criação oficial, os membros fundadores já se dedicavam à proteção e recolha de animais abandonados no concelho de Vagos, com maior incidência na Praia da Vagueira, por ser a zona preferida para um abandono, que se sabia ter algum controle por parte de voluntários, embora a título particular. Em 2006, celebrou-se com a Câmara Municipal de Vagos, um protocolo de colaboração onde nos foi cedido o espaço onde a Gaticão tem o abrigo atualmente. Este sonho de “serviço público” só se tornou possível devido ao empenho do então Presidente da Câmara Municipal de Vagos, que contra tudo e todos deram um apoio considerável à Gaticão, aos que na época criticaram e muito a intenção do Presidente Rui Cruz, não dedicarei tempo neste artigo, por entender que os animais são mais importantes que os senadores do PSD da época que só pensavam e mal nas pessoas. Este introdutório justifica-se pela necessidade de falar sobre o partido que devia defender os direitos das Pessoas, Animais e Natureza. O que pensarão os que gostam dos animais, da oportunista posição do PAN, de se manter em cima do muro, disponível para apoiar um qualquer governo, seja do PS ou da AD. É verdade que as propostas de carácter proibitivo e criminalizantes do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) não se tornaram muito populares, tal como a ideia de mudar convicções, hábitos alimentares e práticas culturais através da taxação dos hábitos. Daí, esta indiferença face à eventualidade de um governo mais à esquerda ou de direita, e que não se pode desligar da perspetiva do PAN, de continuar a cavalgar a causa ambiental, embora sem colocar em causa o sistema político e económico que lucra com a exploração desenfreada dos recursos naturais. No fundo, em relação a esta posição de Inês de Sousa Real que voltou a ser eleita deputada em 11 de março, quando admitiu apoiar um governo do PS ou da AD, neste caso com a condição de entrar no governo e ter um lugar na casota dos “animais” parlamentares.
Como se sabe esta ganância do PAN já valeu o apoio à coligação de direita que entrou em erupção nos Açores, e, mais recentemente, o apoio parlamentar que sustentou um governo PSD/CDS na Madeira, porque, argumentou do PAN ...é de que «não há touradas» nesta região autónoma.
A atual líder do partido assume que ser do PAN “é ser progressista”, lema que esteve muitas vezes ausente da sua ação na Assembleia da República. Exemplo disso foi a sua votação em diferentes Orçamentos do Estado que não melhoraram a vida do povo e dos trabalhadores.
Felizmente, os animais não falam, nem têm ideologia! Mas o que gostamos dos animais, temos.
Vamos juntos denunciar quem trata mal os animais e os abandona ao seu destino.
Voltarei...
Autor: Pires Plácido